quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pra não olhar pra trás


Desci a ladeira de ré
Na contra-mão
Um infeliz, apressadinho
Passou e quebrou meu retrovisor
Que ódio... (engoli!)

E naquela manhã, percebi:
como é difícil andar pra frente sem olhar pra trás,
como é difícil ter segurança do que se tem à frente,
sem ter segurança do que acontece atrás.
Como é difícil seguir um caminho, sem retrovisor.

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*Baseado na perspectiva que tive hoje até conseguir
comprar outro espelho pro retrovisor no final da tarde.
Dirigir à noite foi tranquilo, com retrovisor.

Carolziny.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vai idade no circo



Quem dera fosse tinta
o sentimento que à face pinta
Esse tal que descolore o coração
mergulha meu nariz em vermelhidão

Quem dera eu fosse boba, de aço
É que me sugere essa sina de palhaço
Aceitar o pouco e o improviso
Sou máscara que força riso

Quem dera picadeiro fosse mar
Mergulharia sem tempo findar
Sorriria, gargalharia até a garganta dá nó
Mas é só espetáculo, vão-se embora; sinto só

Ouvi dizer: amar é arte que não desbota
Mas tenho a cara torta e o rosto a desfigurar
Nessa idade que me vai, a maquiagem se esgota
Não é vaidade que me faz o rosto pintar!

(Janeiro de 2009, adapitado em Janeiro de 2010)

*...não, eu não pinto o rosto pra sobreviver; nem sou ladra de coração de ninguém.

Escrito baseado na perspectiva (maravilhosa, diga-se de passagem) que tive de me fantasiar
de palhaça-boneca no ano de 2007, para uma apresentação de dança no CAS.

Carolziny.