segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ridículo

Eu gosto de fruta verde
Deve ser pura vaidade
O que acontece é brincadeira?
Desfarçar o que a gente tem vontade
Tão bom ser confusa nessas horas
Acho graça de um possível absurdo
É que a gente tenta sempre acertar
Se não dá certo, desdiz tudo
Mas não é falta de coragem
É falta de planejamento
Isso de querer tanto uma coisa
E não pensar no acontecimento
Parece coisa de criança
Essa história de "vamos ver no que vai dá"
É um esperando pelo outro
Esperando quem vai parar...

___________

Numa perspectiva óbvia.
Prometo que em 2011 serei mais romântica com o que escrevo.
Prometo não cumprir muitas coisas também!
É muito bom ser sincera comigo. rs

Carolziny

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Frases prontas

Atente...

Às vezes os clichês salvam vidas,
e quem avisa chato é!

O bom da vida são as possibilidades
E mesmo errando a gente não aprende
E mesmo vivendo a gente não descobre...
E mesmo crescendo a gente não muda.

Quem come calado é mudo
Quem anda com porcos se hidrata com a lama
Quem brinca com fogo não sente frio
Quem ama não perdoa, só esquece!

Devo ser sincera?
Dizer pra alguém: "tudo tem seu tempo..."
é muita falta de criatividade.

Atente...
Não vou te vender meu conselho,
mas não transfira suas responsabilidades para o tempo...
Coitatinho dele.

Já basta a impossível tarefa que o clichê o deu:
curar TODAS as feridas...

________

Na perspectiva de final de ano.
Se é que isso existe.

Carolziny

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu rio

Enquanto viajava à procura de um rio, encontrei uma estrada dizendo:

- É tolice sair de sua cidade procurando um rio para descansar,
hoje só existem dois tipos de rio: os que nunca nasceram
e os que continuarão poluídos.

Embora não tivesse perguntado nada para a estrada, calei-me.
E ao calar, cresci.

Crescer é observar que tudo ao redor pode crescer também...
Principalmente a distância para com um rio que parece perto.

Afinal, se não quiser mergulhar, até dentro de um rio estará seco.
Rio seco...

sábado, 15 de maio de 2010

Relógico

Não me importo com o gosto do ponteiro girando
Tão pouco reparo no som que ecoa
Queria pensar sua língua
Queria controlar seu àtoa

A tua mira me cerca
Me contorna, me engana e não convence
Queria admirar teus olhos
Evito... para que o amor não pense...

Todo santo dia desperto
Como se fosse hora de acordar
Durmo um sonho só, já dormido
E finjo que domino o que quero lembrar

Ontem eu até senti falta da saudade
Do imenso giro no relógio que você fazia
Hoje eu gosto do tic-tac gritando:
Melhor não ser espera e ser esqueceria.

______

Meu relógio fuleiro tomou chuva e parou de funcionar.
Acho que essa é a perspectiva. Eu acho, né.

sábado, 24 de abril de 2010

Cor-de-rosa

Recolhida no meu canteiro,
o tempo trouxe um carteiro
e um recado vermelho.

Assustei-me.

- Velho carteiro, quem oferece-me
uma rosa?!

- Não sei, mas aceite.

- Já possuo espinhos demais. Esta rosa tem espinhos?

- Possui espinhos, como qualquer outra rosa,
mas depois que você os supera,
vale a pena... vale a pétala, o cheiro, a cor...

E o orvalho tomou-me os galhos, como de costume.
No meu canto, floresci em silêncio.
Foi a primeira vez que vi um carteiro noturno.
Talvez tenha sido a única hora que teve pra passar aqui.
E partiu, sorrindo pra mim, com suas mãos perfumadas.
Não sei porque, mas tive certeza que voltaria amanhã!

Longe, ouvi ruídos de primavera no balançar das folhas
caducas e molhadas; suor ou orvalho, nem sei...

Inquietei-me.

Então senti os espinhos me acariciarem e peguei no sono.
E no findar de um piscar de olhos a rua já ia clareando...
Comecei a sorrir igual ao carteiro
Agora, apenas espero o inverno me perdoar...


______

Tsc tsc...
Depois eu conto como é ser roseira.
Depois.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Proesia

Tento não tentar pensar
Uma última vez, outra vez.

Humanos. Tendemos sempre ao
que parece seguro. Na pele do outro
é sempre mais possível. Contorcemo-nos.

Penso não pensar em jugamento
Previamente, previsível demais.
Outrora era o tempo...
Agora é comigo!

Amor e paz é dupla impossível.
Amor tem fim... acaba no "r".
Melhor dizendo... no erre!

Julgo não querer julgar
Ingenuidade, tendo o tender. Tendo o erro em mãos.

Atire-me uma pedra quem nunca confundiu
lágrima com suor. Ah, por favor, né?
Sensatez...

Conde-me ao apedrejamento.
Talvez nem doa. Quero ouvir o som das pedras.

Colecioná-las como poesias.

______

¬¬
Na perspectiva de quem dorme dorme dorme
e não deixa de sentir sono. Sonhar que é bom...! Nada.

[...] Se eles perguntam...
Por que? Por que? Diga a eles que é a natureza humana.
Human nature - Michael Jackson


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Três pontos finais...


Reticências?

Por fim, desejo-te sorte
Saúde e palavras
Sons, músicas vitais...
Para que a fonte não seque
E o que for de vidro, não parta

Parta! Ou aparta-te!

Por fim, desejo-me bom humor
Irônia e silêncios
Bola de cristal, atalhos...
Para que o caminho outro seja
E o que esteve, não esteja

Ponto, ponto, pronto!

______

*Sem perspectivas [...]

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Me diga, mendiga medida?

Amar é fita métrica?
Balança? Litros? Gramas?
Tempo?

Amor é chiclete sem doce
Guardado debaixo da mesa
Que irônia exótica...
Encontrá-lo com as próprias mãos

Amo o que me cabe
E se o amor não me comporta...
Não me comporto!

¹Afinal, qual é a medida, me diga!
E quem mediu?!

______

*Na perspectiva de sei lá!
¹Jay Vaquer - A ponta de um Iceberg.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pra não olhar pra trás


Desci a ladeira de ré
Na contra-mão
Um infeliz, apressadinho
Passou e quebrou meu retrovisor
Que ódio... (engoli!)

E naquela manhã, percebi:
como é difícil andar pra frente sem olhar pra trás,
como é difícil ter segurança do que se tem à frente,
sem ter segurança do que acontece atrás.
Como é difícil seguir um caminho, sem retrovisor.

______

*Baseado na perspectiva que tive hoje até conseguir
comprar outro espelho pro retrovisor no final da tarde.
Dirigir à noite foi tranquilo, com retrovisor.

Carolziny.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vai idade no circo



Quem dera fosse tinta
o sentimento que à face pinta
Esse tal que descolore o coração
mergulha meu nariz em vermelhidão

Quem dera eu fosse boba, de aço
É que me sugere essa sina de palhaço
Aceitar o pouco e o improviso
Sou máscara que força riso

Quem dera picadeiro fosse mar
Mergulharia sem tempo findar
Sorriria, gargalharia até a garganta dá nó
Mas é só espetáculo, vão-se embora; sinto só

Ouvi dizer: amar é arte que não desbota
Mas tenho a cara torta e o rosto a desfigurar
Nessa idade que me vai, a maquiagem se esgota
Não é vaidade que me faz o rosto pintar!

(Janeiro de 2009, adapitado em Janeiro de 2010)

*...não, eu não pinto o rosto pra sobreviver; nem sou ladra de coração de ninguém.

Escrito baseado na perspectiva (maravilhosa, diga-se de passagem) que tive de me fantasiar
de palhaça-boneca no ano de 2007, para uma apresentação de dança no CAS.

Carolziny.