terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Nostalgia

Aquela velha história de "passa um filme na cabeça",
às vezes passa uma música, um cheiro, uma angústia...
Eu nunca soube lidar com coisas que passam
Eu ainda não achei um lugar mais seguro para
guardar o que sou do que o passado.
É o que chamo de forma lógica de viver
Se parar pra pensar, todos os outros tempos se tornarão passado também.
Literalmente, é tudo uma questão de tempo!
Prefiro assim, e não me considero um museu
Disso eu não gosto, dessa idéia de fragilidade sem motivos
Meus motivos são sempre boas companhias...
E quem viveu a merda do passado fui eu!
Deixa tudo passar... o filme, a música; a angústia...
Mas o passado não passa, não pra mim
E vai gerando o que chamo de forma idiota de viver
Enquanto me olham e vêem tudo "novo"
Vejo "novas" pessoas da forma que não consigo esquecer.

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Na perspectiva da sinceridade e da ansiedade pra viajar.
Não sei quando volto!
E isso é bom!

Carolziny

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ridículo

Eu gosto de fruta verde
Deve ser pura vaidade
O que acontece é brincadeira?
Desfarçar o que a gente tem vontade
Tão bom ser confusa nessas horas
Acho graça de um possível absurdo
É que a gente tenta sempre acertar
Se não dá certo, desdiz tudo
Mas não é falta de coragem
É falta de planejamento
Isso de querer tanto uma coisa
E não pensar no acontecimento
Parece coisa de criança
Essa história de "vamos ver no que vai dá"
É um esperando pelo outro
Esperando quem vai parar...

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Numa perspectiva óbvia.
Prometo que em 2011 serei mais romântica com o que escrevo.
Prometo não cumprir muitas coisas também!
É muito bom ser sincera comigo. rs

Carolziny

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Frases prontas

Atente...

Às vezes os clichês salvam vidas,
e quem avisa chato é!

O bom da vida são as possibilidades
E mesmo errando a gente não aprende
E mesmo vivendo a gente não descobre...
E mesmo crescendo a gente não muda.

Quem come calado é mudo
Quem anda com porcos se hidrata com a lama
Quem brinca com fogo não sente frio
Quem ama não perdoa, só esquece!

Devo ser sincera?
Dizer pra alguém: "tudo tem seu tempo..."
é muita falta de criatividade.

Atente...
Não vou te vender meu conselho,
mas não transfira suas responsabilidades para o tempo...
Coitatinho dele.

Já basta a impossível tarefa que o clichê o deu:
curar TODAS as feridas...

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Na perspectiva de final de ano.
Se é que isso existe.

Carolziny

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu rio

Enquanto viajava à procura de um rio, encontrei uma estrada dizendo:

- É tolice sair de sua cidade procurando um rio para descansar,
hoje só existem dois tipos de rio: os que nunca nasceram
e os que continuarão poluídos.

Embora não tivesse perguntado nada para a estrada, calei-me.
E ao calar, cresci.

Crescer é observar que tudo ao redor pode crescer também...
Principalmente a distância para com um rio que parece perto.

Afinal, se não quiser mergulhar, até dentro de um rio estará seco.
Rio seco...

sábado, 15 de maio de 2010

Relógico

Não me importo com o gosto do ponteiro girando
Tão pouco reparo no som que ecoa
Queria pensar sua língua
Queria controlar seu àtoa

A tua mira me cerca
Me contorna, me engana e não convence
Queria admirar teus olhos
Evito... para que o amor não pense...

Todo santo dia desperto
Como se fosse hora de acordar
Durmo um sonho só, já dormido
E finjo que domino o que quero lembrar

Ontem eu até senti falta da saudade
Do imenso giro no relógio que você fazia
Hoje eu gosto do tic-tac gritando:
Melhor não ser espera e ser esqueceria.

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Meu relógio fuleiro tomou chuva e parou de funcionar.
Acho que essa é a perspectiva. Eu acho, né.

sábado, 24 de abril de 2010

Cor-de-rosa

Recolhida no meu canteiro,
o tempo trouxe um carteiro
e um recado vermelho.

Assustei-me.

- Velho carteiro, quem oferece-me
uma rosa?!

- Não sei, mas aceite.

- Já possuo espinhos demais. Esta rosa tem espinhos?

- Possui espinhos, como qualquer outra rosa,
mas depois que você os supera,
vale a pena... vale a pétala, o cheiro, a cor...

E o orvalho tomou-me os galhos, como de costume.
No meu canto, floresci em silêncio.
Foi a primeira vez que vi um carteiro noturno.
Talvez tenha sido a única hora que teve pra passar aqui.
E partiu, sorrindo pra mim, com suas mãos perfumadas.
Não sei porque, mas tive certeza que voltaria amanhã!

Longe, ouvi ruídos de primavera no balançar das folhas
caducas e molhadas; suor ou orvalho, nem sei...

Inquietei-me.

Então senti os espinhos me acariciarem e peguei no sono.
E no findar de um piscar de olhos a rua já ia clareando...
Comecei a sorrir igual ao carteiro
Agora, apenas espero o inverno me perdoar...


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Tsc tsc...
Depois eu conto como é ser roseira.
Depois.



quarta-feira, 3 de março de 2010

Proesia

Tento não tentar pensar
Uma última vez, outra vez.

Humanos. Tendemos sempre ao
que parece seguro. Na pele do outro
é sempre mais possível. Contorcemo-nos.

Penso não pensar em jugamento
Previamente, previsível demais.
Outrora era o tempo...
Agora é comigo!

Amor e paz é dupla impossível.
Amor tem fim... acaba no "r".
Melhor dizendo... no erre!

Julgo não querer julgar
Ingenuidade, tendo o tender. Tendo o erro em mãos.

Atire-me uma pedra quem nunca confundiu
lágrima com suor. Ah, por favor, né?
Sensatez...

Conde-me ao apedrejamento.
Talvez nem doa. Quero ouvir o som das pedras.

Colecioná-las como poesias.

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¬¬
Na perspectiva de quem dorme dorme dorme
e não deixa de sentir sono. Sonhar que é bom...! Nada.

[...] Se eles perguntam...
Por que? Por que? Diga a eles que é a natureza humana.
Human nature - Michael Jackson