segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Vai idade no circo



Quem dera fosse tinta
o sentimento que à face pinta
Esse tal que descolore o coração
mergulha meu nariz em vermelhidão

Quem dera eu fosse boba, de aço
É que me sugere essa sina de palhaço
Aceitar o pouco e o improviso
Sou máscara que força riso

Quem dera picadeiro fosse mar
Mergulharia sem tempo findar
Sorriria, gargalharia até a garganta dá nó
Mas é só espetáculo, vão-se embora; sinto só

Ouvi dizer: amar é arte que não desbota
Mas tenho a cara torta e o rosto a desfigurar
Nessa idade que me vai, a maquiagem se esgota
Não é vaidade que me faz o rosto pintar!

(Janeiro de 2009, adapitado em Janeiro de 2010)

*...não, eu não pinto o rosto pra sobreviver; nem sou ladra de coração de ninguém.

Escrito baseado na perspectiva (maravilhosa, diga-se de passagem) que tive de me fantasiar
de palhaça-boneca no ano de 2007, para uma apresentação de dança no CAS.

Carolziny.

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